Jornada de Prata
Pros 25 anos de música de Pingo de Fortaleza
Epababá, na paz de Oxalá,
peço licença pra começar.
Minha vida: jornada de prata.
Tanto encontro a cada canção!
Beira-mar, riacho e cascata...
No mesmo compasso, cidade e sertão.
Minha vida: jornada de prata.
Meu caminho é sempre buscar.
Canto meu povo de alma encantada,
dançando com gosto e corpo solar.
Minha vida: jornada de prata.
A gente quer festa, trabalho e chão.
O peito pulsa e o violão acata
loa, balada, maracatu e baião.
Epababá, na paz de Oxalá,
peço licença pra recomeçar.
Fortaleza, Beberibe, Meruoca...
Eu canto o que a alma toca,
tudo que faz o corpo bailar
de amigos e filhos e quem mais chegar.
É um abraço o que eu faço:
ternura é quem tece cada canção.
A harmonia pulsa, rubro compasso.
Afino o violão pelo lá da imensidão.
Pelo caminho, tem tantos abrigos:
O olhar dos filhos, a casa do amigo.
No encontro de cada dia consigo
transcender as fronteiras do umbigo.
Epababá, na paz de Oxalá,
eu agradeço a quem escutar.
Nossa vida: jornada de ouro.
Esta platéia é meu grande tesouro!
Henrique Beltrão
Pingo, amigo e parceiro, meu poético aplauso em
teus 25 anos fazendo música para nossa gente, minha
vermelha gratidão por cada momento de aprendizagem
e caminhada compartilhada, minha admiração em versos
simples e sinceros: encontrei o poema que fiz para ti
logo que me falaste da idéia do disco de baladas
(agora Prata 950) quando me arvorei a sugerir que o
chamasses Jornada de Prata. Lembra disso? Depois fiz
outro, meio bamba, que te enviei. Fiquei feliz de achar este,
o original. Digitei-o ao som de Aproveite o dia e Solencanto.
Burilei os versos, aparei aqui, rimei ali... está vivo, se bulindo,
até publicar quem sabe muda... ou vira música...
Abraço na fraternidade da composição universal!
Henrique Beltrão